Props, plantas e locações que saibam esperar. A primeira
imagem que veio dessa vez foi invenção do figurino. O trabalho mais gostoso, quase relacionamento nupcial.
Íntimo, com sobreposições e imposições bem definidas entre tecido e pele, corpo
e ajuste, costura tátil, encaixe fibroso, maleável, repetitivo e repleto de
imaginação.
Fui tão direto ao ponto que quase surtei. “O elenco ainda tem
que provar”, se tornou frase fora de escala nos meus padrões. O personagem
simplesmente encaixa. Tempos de cor e ritmo em perfeita sincronia. Tudo a ver, a
espera às vezes pode acabar virando desperdício de tempo.
A paleta: toda azul. Um lance bem pontual, mesmo. No impacto
da blusinha azul royal, manga três quartos e gola. Nada de frufru ou godê. E para
ser mais imediato e menos modesto, sapatilha no mesmo tom em couro veludo,
sensível ao toque. Para as pernas, um bom jeans que lhe caia bem; não que lhe
sirva. Mas que lhe tenha sido feito. Emoldura os cortes todos com curvas e dá o
bote.
Daqueles figurinos fortes que refletem dias e dias nos olhos de quem vê.
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