sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Figurino

Props, plantas e locações que saibam esperar. A primeira imagem que veio dessa vez foi invenção do figurino.  O trabalho mais gostoso, quase relacionamento nupcial. Íntimo, com sobreposições e imposições bem definidas entre tecido e pele, corpo e ajuste, costura tátil, encaixe fibroso, maleável, repetitivo e repleto de imaginação. 

Fui tão direto ao ponto que quase surtei. “O elenco ainda tem que provar”, se tornou frase fora de escala nos meus padrões. O personagem simplesmente encaixa. Tempos de cor e ritmo em perfeita sincronia. Tudo a ver, a espera às vezes pode acabar virando desperdício de tempo.

A paleta: toda azul. Um lance bem pontual, mesmo. No impacto da blusinha azul royal, manga três quartos e gola. Nada de frufru ou godê. E para ser mais imediato e menos modesto, sapatilha no mesmo tom em couro veludo, sensível ao toque. Para as pernas, um bom jeans que lhe caia bem; não que lhe sirva. Mas que lhe tenha sido feito. Emoldura os cortes todos com curvas e dá o bote.

 Daqueles figurinos fortes que refletem dias e dias nos olhos de quem vê.

Nenhum comentário:

Postar um comentário