quinta-feira, 2 de agosto de 2012

verdades sobre o remédio quente

Aquele caminho que eu fiz tantas vezes. O sol descia comigo a ladeira, batendo nas bochechas branquinhas. O gosto da comida do japonês, latejando com a recém lembrança dos olhos de despedida do menino das minhas piadas, indo embora do almoço, e pouco a pouco da minha. Vida.

Vida. Havia vida naquele ar condicionado, aumentava o calor do meu corpo quente. Senão, jamais teria ficado ali. Atrás de políticos e rumores. Tanto que minha expressão era sempre sorridente, como daqueles caiçaras calorosos e felizes que a gente sempre encontrava nas viagens para Santos. 

Ou talvez tivesse a ver com aquele lance esotérico e energias positivas do guru. Na primeira das hipóteses, prefiro pensar que não.

Poderia ser óbvio e prático: só um gosto infinito pela convivência. Remédio para aquela minha necessidade de afago humano. Ou, fosse mesmo o calor transmitido pela presença dele. As mãos suando, ou aquele rubor instantâneo constante. Rubro misturado ao verde, eu só percebi tempos depois de tanto me olhar. 
O fogo precisa de algo para queimar, e era isso que me atraia. Quis provocar meu primeiro grande incêndio. Me queimei.

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